Por: Redação
Depois de atingir os filhos Flavio e Renan que, segundo as suspeitas da Polícia Federal, teriam se beneficiado de informações da chamada “Abin paralela”, a operação “Vigilância Aproximada”, agora, chegou a outro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): Carlos, vereador pelo Republicanos-RJ.
Nesta segunda-feira (29), Carlos foi alvo de uma nova fase da investigação da Polícia Federal sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer espionagem ilegal.
Para Andréia Sadi, em entrevista ao podcast O Assunto desta terça-feira (30), esse “é o momento de maior risco para a família Bolsonaro” na investigação sobre a suposta ‘Abin paralela’.
“Você tem três filhos de Bolsonaro beneficiados pela operação do esquema ilegal de monitoramento, né, da Abin. Então você teve Flávio na semana passada, o Jair Renan na semana passada”, disse a apresentadora da GloboNews e colunista do g1.
“E hoje [segunda-feira, 29] o Carlos Bolsonaro, como eu diria para você, o grande líder dentro da família Bolsonaro, o grande entusiasta da ideia de abrir uma ‘Abin paralela’, que não sou eu quem tá dizendo. Isso foi até… Quem revelou essa informação foi o Gustavo Bebianno”, complementou.
Em 2020, durante entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura, Bebianno, ex-ministro de Bolsonaro, disse que Carlos surgiu “com o nome de um delegado federal e de três agentes que seria uma ‘Abin paralela’”. Bebianno morreu após um infarto ainda em 2020.
Avaliação parecida também tem Breno Pires, repórter da revista piauí que apura, há tempos, o suposto envolvimento de Carlos com a produção de fake news.
“É possível dizer, que já foi apurado até agora, a hipótese da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, é que a tal da ‘Abin paralela’ era uma das fontes de informações que alimentavam o ‘gabinete do ódio’, essa milícia digital que seria organizada pelo Carlos Bolsonaro”, disse ele.
“Essa essa suposição, de fato, vem desde longa data. A fala do ex-ministro Bebianno dava conta disso e todas as investigações que vem sendo feitas pela imprensa, pelos órgãos também oficiais apontam esse núcleo, que tem alguns assessores próximos do Carlos Bolsonaro. […] E o que agora se descobre com mais clareza é que sim, essa estrutura paralela de inteligência fora dos canais oficiais tinha uma uma interlocução com Carlos Bolsonaro. O grau de envolvimento ainda não está muito claro.”
Para a operação desta segunda-feira (29), foram autorizados mandados de buscas e apreensão na residência de Carlos e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Também foram cumpridos mandados em Angra dos Reis (RJ), onde a família Bolsonaro tem uma casa.
Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele, Carlos e Flavio não estavam na casa em Angra pois haviam saído para pescar.
A defesa diz ainda entender ter havido “um excesso no cumprimento da busca e apreensão, ao passo que foram apreendidos objetos pessoais de cidadãos diversos do vereador Carlos Bolsonaro, apenas pelo fato de estarem no endereço em que a busca foi realizada”.
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