A atriz Débora Falabella fez um desabafo, via jornal O Globo, sobre a convivência que tem tido com uma stalker de 40 anos que, desde 2013, a persegue. Conforme revelou o portal G1, a mulher, residente da cidade de Recife, entrou no mesmo elevador que a artista e pediu uma foto. Depois de ser atendida, passou a enviar diversos presentes ao camarim da artista — incluindo uma carta com teor invasivo.
“É algo de que evito falar. Porque tem a minha história e a história dela que, com certeza, tem problemas. Estão cuidando para que seja da melhor forma possível, tanto pra mim quanto pra ela. A gente viu ‘Bebê Rena’… Nunca tive contato, não a conheço. É essa relação de fã. É ruim”, afirmou Falabella, que é hoje uma das maiores atrizes brasileiras de sua geração.
“Tem uma perseguição atrás por um trabalho que faço e pelo qual essa pessoa chega até a mim. E tem a vida dela. Ela tem uma família que pode cuidar, tem condições de ser tratada. Espero que seja. Fico com medo, porque nunca se conhece o outro, nunca se sabe o que vai vir. Atinge muita gente, meu núcleo familiar. É chato. Chato por tudo, porque também quero que ela fique bem”, prosseguiu.
Histórico
Dois anos após o início das investidas, uma situação tanto quanto constrangedora ocorreu no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro. Durante a apresentação de uma peça de teatro, a perseguidora tentou forçar sua entrada no camarim da artista aguardando-a num local restrito do espaço. Seguranças, entretanto, a impediram.
Em 2018, foi a vez de a mesma pessoa aparecer na primeira fileira de um outro espetáculo protagonizado por Falabella, em São Paulo. Assim que ela entrou em cena, a mulher se levantou e saiu do teatro.
Conforme revela ainda a reportagem, a mulher, que não teve seu nome divulgado, chegou a criar, há 2 anos, um grupo no Instagram coma as presenças da atriz e de sua irmã, Cynthia Falabella, onde enviou mensagens. Ela escreveu à ocasião que “transava com Débora” e possuía “conversas por telepatia”.
O caso escalou de vez quando, com malas de viagem, a acusada apareceu de carro no endereço da artista e permaneceu, durante alguns minutos, observando seu apartamento antes de se dirigir à portaria e pedir para entrar — o que foi negado.
Uma funcionária de Débora, na mesma ocasião, foi abordada ao passear com o cachorro e ouviu da mesma, aos gritos, que estava tendo “encontros telepáticos com a atriz”. Uma representação criminal foi aberta sob a justificativa do crime de perseguição. Pela legislação brasileira, esse tipo de infração gera pena de 6 meses a 2 anos.
No mesmo ano, a stalker tentou primeiro contato com a artista em uma pousada que ela passava férias, na Bahia. A mulher enviou o livro “Romeu e Julieta” para a mesma e escreveu, na dedicatória: “Para o meu Romeu, com muito amor”.
Foi aí que os advogados de Débora acionaram a Justiça, que concedeu uma medida protetiva proibindo a fã de se aproximar ou de tentar qualquer tipo de contato. Em junho de 2023, a denúncia foi aceita e a acusada passou a ser ré no processo pela prática de perseguição.
“O juiz determinou que fosse feito um exame para constatar se a acusada tem alguma doença mental, para só depois determinar se ela poderia ser punida em caso de condenação. Em setembro do ano passado, no entanto, a mulher quebrou a medida protetiva ao enviar mensagens de WhatsApp para a atriz”, informa o Notícias da TV. Ela se desculpou pelo comportamento, propôs um encontro presencial para “colocar o processo nos acordos” (sic) e afirmou: “Minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua”.
A ré chegou a ser presa preventivamente, em fevereiro de 2024, em Recife. À ocasião, também foi submetida a uma perícia psiquiátrica que constatou um quadro de esquizofrenia. Com a prisão revogada, ela segue sem poder se aproximar de Débora.