Depois de cinco anos, a Revista Bravo! está de volta com edições digitais a cada bimestre. O retorno é feito em grande estilo, com Marco Nanini ilustrando três capas, fotografadas por Annelize Tozetto no Teatro Guaíra, e entregando detalhes de seu ofício como ator, principalmente nas artes cênicas.
À publicação, o artista reflete sobre suas seis décadas de carreira e relembra suas experiências como diretor. “Eu já dirigi alguns atores, mas enjoei. É exaustivo pensar nessa parte, tudo vira um problema para você resolver”, confessa ele.
“O ator é uma figura chatíssima, fazendo um mea culpa, que vem com perguntas como: ‘Você acha que esse bolso deveria ser aqui ou aqui?’. E aí o diretor tem que responder. O ator insiste: ‘Você não acha que deveria ser aqui?’. Quando estreia, ninguém mais precisa do diretor porque ele já foi usado e abusado. Então ninguém nem olha para ele”, acrescenta.
Nanini também rememora a vez em que escreveu uma peça teatral: “Eu fiquei animado, mas quando fui ver um dos ensaios gerais, tive um pavor e quis tirar a peça de cartaz. Acabaram me colocando para fora do teatro porque eu estava atrapalhando o ensaio. Não gostei do texto, me senti completamente burro. Não quero nunca mais repetir isso”.
O ator ainda conta que usa ponto eletrônico, pois não gosta de “ficar lembrando as frases”. “Eu tinha preconceito com o ponto. Na hora de interpretar, eu ficava ‘Vou para cá ou para lá?’. E enquanto eu tentava lembrar, eu perdia o personagem. Me dava um desespero por alguns segundos”, explica.
Além da entrevista com Nanini, a nova edição da Bravo!, pertencente ao Grupo Abril e considerada uma das mais relevantes revistas de cultura do Brasil, contém outras reportagens, conversas e críticas voltadas às artes cênicas.
Veja as capas: