A OpenAI está em busca de parcerias para colocar o Sora, seu modelo gerador de vídeo, na indústria do entretenimento. A empresa marcou reuniões com estúdios, executivos e agências de talentos de Hollywood para apresentar a inteligência artificial e encorajar produtores a integrar a ferramenta a seus trabalhos.
As informações são de uma reportagem da Bloomberg, que ouviu fontes com conhecimento do assunto. Os contatos começaram no fim de fevereiro, com conversas para apresentar o produto, comandadas por Brad Lightcap, diretor-chefe de operações. Depois disso, Sam Altman, CEO e cofundador da OpenAI, esteve presentes em eventos relacionados ao Oscar.
A OpenAI anunciou o Sora em fevereiro, dizendo que a ferramenta é capaz de gerar até um minuto de vídeo em Full HD, partindo apenas de pedidos e descrições em texto. A ferramenta ainda não foi liberada para o público geral, mas atores e diretores de cinema famosos já têm acesso ao modelo.
Em um comunicado enviado à Bloomberg, a OpenAI confirma estar trabalhando com a indústria cinematográfica para desenvolver o Sora — isso seria, inclusive, uma “estratégia deliberada” para testar a segurança e as capacidades do modelo.
Atores já criticaram possibilidade de usar IA em filmes
O assunto pode gerar polêmica — o que não é novidade para a inteligência artificial. Em julho de 2023, os atores de Hollywood entraram em greve, e o sindicato da categoria acusou estúdios de quererem gerar “réplicas digitais” usando IA. Assim, as empresas poderiam usar as imagens e as vozes dos atores eternamente, sem precisar pagar por isso.
Nem todo mundo na indústria está contra a IA, no entanto. James Cameron, diretor de Titanic e Avatar, disse, no ano passado, que tecnologias do tipo podem ajudar cineastas no começo da carreira, quando eles ainda não têm acesso a grandes orçamentos.
O Sora também causa alguma desconfiança no que diz respeito a como ele vai lidar com nudez e direitos autorais. Em entrevista ao Wall Street Journal, Mira Murati, diretora-chefe de tecnologia da OpenAI, não descartou a possibilidade de gerar imagens de nudez com a IA, já que alguns ambientes podem querer mais liberdade artística.
O assunto gera preocupação, uma vez que ferramentas do tipo já foram usadas para criar imagens pornográficas falsas envolvendo pessoas famosas, como a cantora Taylor Swift.
Na mesma entrevista, Murati não foi capaz de dizer quais eram as fontes dos dados usados no treinamento do Sora. A inteligência artificial generativa vem sendo acusada de violar direitos autorais, com vários processos movido por publicações, autores e artistas visuais.
Com informações: Bloomberg